À imagem das edições anteriores, a AMAG apresenta na Concreta duas conferências: uma a cargo do arquiteto japonês Tomoaki Uno e outra a cargo do arquiteto Nuno Melo Sousa. As conferências terão lugar no grande auditório da Exponor, dia 21 de novembro, com início previsto para as 17h.
O bilhete de acesso às conferências poderá ser adquirido online, através deste link, de acordo com a disponibilidade e capacidade do auditório, sendo o seu valor integralmente dedutível na compra de qualquer título AMAG no dia. O valor é de 10€ entre 1 e 15 de novembro.
Caso a lotação do auditório nao tenha sido esgotada até ao dia 15 de novembro, a aquisição de bilhete poderá ser feita no local pelo valor de 20€, valor este não dedutível na compra de qualquer título disponível para venda.
Além das conferências, a AMAG apresenta uma exposição, patente na galeria 5 da Exponor e cuja abertura decorrerá na presença de Tomoaki Uno e Nuno Melo Sousa, às 16h do dia 21 de novembro.
O acesso à exposição é gratuito a todos os visitantes da Concreta, mediante apresentação de convite.
TOMOAKI UNO nasceu em Aichi em 1960 e licenciou-se no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Engenharia da Universidade de Kanagawa em 1983. De 1983 a 1990, trabalhou na Hasebe 173 Architects e, em 1990, fundou a Tomoaki Uno Architects.
“Passaram 31 anos desde a fundação do gabinete. Nesse ano morreu a minha mãe e no ano seguinte o meu pai. Depois disso, estive socialmente afastado durante dois anos e, no fim de contas, durante dez anos tive uma vida difícil, quase sem trabalho. Em raras ocasiões, quando surgiam trabalhos de design, desenhava-os com o ímpeto de copiar na perfeição os pormenores de Tadao Ando e Louis Kahn. Não tinha outra hipótese porque não tinha talento. No entanto, o inevitável trabalho de cópia melhorou muito a minha capacidade como arquiteto. Quando copio, por vezes descubro que não estou satisfeito com a seleção de dimensões e materiais. Isso faz-me tomar consciência dos meus gostos e da minha personalidade. Era como preencher um puzzle inacabado. Está ligado à época em que foi concluído e a meados dos anos 40, quando o contrato começou a sério. A partir dessa altura, as reuniões com os clientes centram-se na verificação do orçamento e das funções. A conceção prossegue em paralelo com o plano e os pormenores. Eu não faço maquetas nem computação gráfica. São ferramentas muito perigosas para nós, arquitectos. Os antigos carpinteiros e mestres têm excelentes dimensões e um sentido de equilíbrio. Os seus sentidos são sensações físicas, não conhecimento. Muitos de nós já devem ter reparado que começámos a usar a navegação automóvel e não conseguimos desenhar um mapa na nossa cabeça. Da mesma forma, se nos basearmos demasiado em modelos e computação gráfica, não conseguiremos imaginar um espaço ou uma textura realista. Devemos deixar de olhar para os modelos (espaços reduzidos que ignoram os materiais) e para a arquitetura dentro dos monitores. A manutenção tornou-se particularmente interessante para mim quando comecei a trabalhar nela. Assim que faço um mau projeto ou uma má construção, tenho de o recuperar sozinho. Isso não só faz com que os clientes se sintam desconfortáveis, como também conduz diretamente às minhas dificuldades financeiras. Por isso, são necessários pormenores simples e uma construção simples e cuidada. Nesse sentido, são utilizados mais materiais naturais do que anteriormente. Basicamente, não pinto nada. Os materiais naturais modificam-se naturalmente com o tempo e ficam envelhecidos. O que apodrece, apodrece. Esta é a cultura japonesa que perdura há milhares de anos. Claro que é uma premissa importante que a manutenção possa ser feita facilmente.“
NUNO MELO SOUSA (1988) vive e trabalha em Penafiel, no norte de Portugal. Frequentou a Faculdade de Arquitetura do Porto – FAUP e fez um programa Erasmus no TUDelft e no International Studio de Balkrishna Doshi em Ahmedabad, Índia.
Desde 2012, Nuno trabalha no seu atelier onde desenha e por vezes pinta também, mas desenha sobretudo: nas paredes, nos papéis e nas mesas, pois a lentidão do ato de construir deixa-o ansioso pelo imediato. Alguns destes desenhos foram expostos em toda a Europa – mais recentemente no Prémio Lissone 2024.
Nuno leccionou no INDA – Universidade de Chulalongkorn, Banguecoque, Tailândia, na Escola do Porto – FAUP e na Accademia di Architettura di Mendrisio, e dirigiu workshops como o da Porto Academy.
Tem leccionado em várias universidades e locais e os seus trabalhos têm sido publicados e selecionados para vários prémios e galardões – ganhou o Prémio Internacional de Arquitetura BigMat 2023 para pequena escala.